Francois Boucher's Fountain Love (1748)
Cotidiano, Crônica, Filosofando, Pessoal

O que eu preciso!

E eu preciso de cuidado. Admiração. Mimo. Atenção. Alguém que não precise me diminuir para caber em mim. Alguém que me ache bonita. Que tenha orgulho de mim. Que queira ler meus textos e saber o que eu estou sentindo e pensando. Que queira conversar, sobre tudo e sobre nada. Divagar. Passear de mãos dadas, beijar minha mão. Massagear meus pés e fazer amor comigo.

Alguém que me olhe de canto de olho enquanto eu faço qualquer coisa porque me acha interessante sempre. Alguém que se interessa pela minha vida, que queira estar comigo quando estou com a minha família. Que faça parte da minha família. Que some. Que de opinião. Que conte tudo que aconteceu quando fez qualquer coisa longe de mim, qualquer fofoca, qualquer acontecimento, qualquer história, porque eu me interesso pelo que você está vivendo por aí afora. Que queira passear de carro só para ficar pertinho e pode pegar na minha mão. Que queria rir comigo. Chorar comigo. Dormir com um beijo e acordar com um abraço. Que faça questão. Que demostre satisfação. Que demostre que se importa. Que queria me ouvir quando eu tenho algo engraçado, trágico ou que eu só precise reclamar por algum tempo. Que me faça perguntas. Que me dê respostas. Que me toque, muito e sempre. Que saiba que na minha brabeza mora uma carência. Que pode ser sanada com abraço, beijo e palavras de carinho.

Que se sinta em casa na minha casa. Mesmo que a minha casa esteja cheia de convidados. Que se integre. Que se espalhe. Que tenha certeza de seu lugar. Que tome seu lugar. Que exista.

Que me dê palavras. Que fale. O que sente. Como se sente. O que passa na sua cabeça. Que não tenha medo de si mesmo. Que na ausência de palavras, haja! Que demostre. Que se expresse, de algum jeito. Se mostre. Apareça.

Alguém que queira melhorar a minha vida. Que queira me fazer feliz. Que queira me fazer rir. Me fazer me sentir importante. Indispensável. Linda. Querida. Amada.
Alguém que queira melhorar a própria vida e a própria existência para ser melhor para mim. Alguém que queira aprender. Que queira entender. Que queira evoluir. Que esteja em movimento. Que tenha coragem. De fazer, de dizer, de sentir, de demostrar.

Eu preciso do simples, do trivial. Do dia a dia básico, mas vivido com intensidade. Onde o que se sente, se expressa, o que se pensa, se fala. O que tem vontade, deve ser feito. Onde não exista amarras do ser e sentir. Onde o respeito é acima de qualquer c0isa, mas o ser e estar, é livre.

Padrão
Cotidiano, Crônica, Pessoal

Setembro Amarelo

Bom, depois de dois textos sobre como eu estava com depressão, vai o texto de hoje, depois do tratamento.

Depois daquela carta escrita para meu psiquiatra, ele entendeu que eu estava em mania, um dos sintomas da Bipolaridade. Isso porque eu tinha feito uma carta com umas 8 páginas explicando detalhadamente como me sentia em cada momento do tratamento. Assim, consegui criar não apenas uma carta, mas um verdadeiro dossiê do meu tratamento. Minha precisão e meticulosidade levaram o médico a interpretar que eu estava em um episódio maníaco. Para contextualizar, a mania é uma fase da bipolaridade caracterizada por euforia, ansiedade e inquietação. Meu médico acreditou que a carta havia sido escrita em um desses momentos. Ao receber esse feedback, percebi que não poderia mais confiar nele. Eu escrevia este texto me sentindo arrastada, desanimada, com apenas um fio de vida que se recusava a me deixar, dando-me uma força para continuar.

Por isso mudei de psiquiatra. Uma consulta online com uma médica de Blumenau, que me ouviu e confiou em mim, e me passou um tratamento para depressão Unipolar, mudou minha vida a partir dali. Já na segunda semana eu começava a sair do casulo que tinha me posto. O ar já entrava nos meus pulmões com mais força e saia com mais vontade. Meus olhos começavam a entrar em orbita e eu estava me aprontando para mudar a minha vida.

Mas, como vocês sabem, a depressão não é um tiro que te pega de surpresa no meio do seu dia. A depressão é uma picada de inseto venenoso, que começa com um vermelhinho na pele, depois começa a coçar, depois começa a arder. Você tenta ignorar a cosseira, usa gelo para amenizar, tenta pensar em outra coisa. Usa pomadas que você tem em casa, mas a ferida vai aumentando, a infecção vai se alastrando, isso tudo muito lentamente. Você passa a conviver com a dor, achando que é normal. Achando que é uma fase, que o seu corpo e suas orações serão capazes de curar. Mas isso não acontece. Assim como uma picada de inseto venenoso precisa de um tratamento adequado para curar, a depressão também precisa.

O tratamento me fez voltar a vida, tomei as decisões que me eram cabíveis mudar o quadro que tinha me colocado em depressão. Hoje faz um ano e meio que iniciei o tratamento e estou no processo de desmame do remédio, pois já me sinto segura para seguir minha vida sem a medicação. Mas, sem o tratamento para a depressão, com certeza que não teria vida dentro de mim para buscar as mudanças que eu tanto precisava.

Eu não desisti! Não desista também! Procure um profissional e não desista até se sentir melhor!

Padrão
wandering
Cotidiano, Crônica, História, Pessoal

Uma carta ao meu psiquiatra

Resolvi te escrever uma carta para conseguir dizer com mais calma tudo que eu tenho sentido e pensado sobre minha condição psicológica. Começo dizendo que estou me sentindo apática. Me sinto à toa pela vida. Onde nada que acontece ao meu redor me atinge. Nem coisas boas e nem coisas ruins. A sensação é que pouco me importa com o que acontece fora, eu só consigo ver o que está acontecendo dentro.

E dentro, estou começando a pensar as mesmas coisas que eu pensava antes de começar o tratamento, lá em fevereiro. Pensando que não tenho vontade de sair da cama, não vendo a hora de o tempo passar para chegar a hora de dormir de novo e não precisar viver. Acordo me lamentando pelas coisas que eu perdi, de um passado já bem remoto.

Meu brilho no olhar não volta. A vontade de ser feliz não volta. Vontade de viver a vida, não volta. 

Me pego todo tempo lendo e fazendo testes na internet para ver se me encaixo no perfil de bipolar tipo 2. Primeiro que existe pouquíssimas informações sobre bipolar tipo 2, segundo que tudo que eu vejo sobre isso realmente não vejo que se encaixa comigo. Nunca tive um episódio de hipomania que durasse mais que uma noite de bebida alcoólica. Nunca passei uma noite sem dormir planejando alguma coisa mirabolante que abandonei de uma hora para outra. Sim, eu tenho hiper foco, por isso sou uma excelente profissional na minha área de atuação, mas isso acontece quando precisa acontecer. Não termino meu trabalho e fico pilhada mais tempo que para execução do mesmo.

Sim, quando cheguei no seu consultório eu estava depressiva. Fazia anos já que me sentia apática. Sem vontade de viver e com pensamentos recorrentes de que a vida não fazia o menor sentido. Mas para isso tudo tinha um motivo. Eu estava passando pelo pior momento e minha vida. Eu tinha motivo para estar assim.

Não foi genético ou uma pré-disposição para a doença psicológica, eram coisas reais. Eram problemas reais. Coisas que tinham e que estavam acontecendo na minha vida. Fui para o fundo do poço. Quando cheguei até você eu já tinha colocado a cabeça para fora do poço, afinal, eu estava ativamente procurando ajuda pra tudo que eu estava passando. Já tinha começado tratamento nutricional, para melhorar minha aparência física e já tinha passado por um Gastro para resolver meu problema no estômago e intestino. Na sua consulta, conseguimos um nome para o que eu tinha, que eu não sabia de onde vinha tanta insatisfação. “Ah, você é bipolar tipo 2 e parecia que tudo tinha se encaixado. Agora eu sei que que eu tenho e tem tratamento. Que alívio. Minha vida pode continuar exatamente de onde está, porque agora o remédio vai resolver essa minha insatisfação”.

Comecei o tratamento e já me senti melhor na primeira semana. Mantive minha rotina de dieta e exercício físico e troquei de terapeuta. Até que bum, falei daquilo que eu não tinha coragem de falar para ninguém. E ela foi na ferida, esmagou a ferida, bateu na ferida e me deixou despedaçada. Cheguei no teu consultório acabado, chorando litros. Precisava me livrar daquele vazio no meu peito. Precisava aliviar aquela ferida, precisava curar aquela ferida. Precisava remexer ela até o fundo, tirar todo pus, eliminar toda infecção.

Então comecei tratamento psicológico e em consonância com o tratamento psiquiátrico. Mas minha vida não volta para os meus olhos, meu olhar não sorri, embora minha boca consiga mostrar os dentes, meus olhos permanecem longe.

“Trechos de uma carta escrita ao meu psiquiatra quando estava em depressão, não é fácil, mas é possível. Depois de mais um ano no tratamento pra Bipolaridade tipo 2, descobri que eu não era Bipolar e começamos um tratamento para Unipolar, que me tirou da depressão.! Eu não desisti. Setembro Amarelo!

Padrão
red maple leaf in tilt shift lens
Crônica, Filosofando, Frases, Pessoal

Eu preciso existir*

Eu preciso sentir, eu preciso viver. Seja o que for, o que tiver que ser. O amor, a raiva, o desejo, o pânico, a alegria. Preciso dar risada e preciso chorar. Eu preciso me sentir viva. Eu não sou uma velha de 80 anos arrastando a chinela dentro de casa. Vai chover hoje, fecha a janela. Deu sol hoje, fecha a cortina.

Preciso de energia para jogar poker com amigos nos dias de chuva e ir para praia com a família nos dias de sol. Não posso viver na letargia de uma vida sem pulsação de vida. Onde nada me perturba. Eu quero perturbação. Quero cair na gargalhada. E quero chorar de tanto rir. E chorar de tanta dor. Eu quero sentir dor. Quero sentir prazer. Quero berrar de prazer. Quero berrar de alegria.

Eu quero a intensidade para os meus dias. Quero o descanso para as minhas noites. Quero a alimentação para a minha saúde. Exercício físico para minha disposição. Leituras para meu cérebro e escritas para o meu ego. Quero tudo e quero agora. Não por desespero. Não por exagero. Mas porque eu mereço. Porque eu mereço ser feliz. Porque eu mereço a vibração da vida. Porque eu mereço vibrar com toda energia que me cerca. Não posso mais viver alheia a ela. Eu quero me conectar. Me reconectar. Eu preciso existir.

Eu preciso me tornar quem eu sou. Eu preciso descobrir quem eu sou. Eu quero ser quem eu sou. Eu quero amar quem eu sou. Eu quero corrigir quem eu sou.

Eu quero ser. Eu quero existir. Eu quero fazer diferença. Eu quero ser a diferença. Eu quero fazer diferente. Eu quero diferenciar. Eu quero diversificar. Eu não quero ficar inerte. Eu quero inerência com meu ser. Com meu estar. Comigo mesma.

*Obs.: Esse texto foi escrito em 2022, quando estava com depressão. Resolvi postar pelo Setembro Amarelo. Eu não desisti!

Padrão
Crônica, Filosofando, Infância

Terror noturno

Um gato preto me espreita na porta do apartamento. Eu consigo ver ele de longe. Ele está olhando fixamente para mim. Estou assustada, ele é amedrontador. Estou deitada na minha cama, com a porta do meu quarto aberta, que dá visão a porta de entrada do apartamento. O gato continua imóvel a me fitar ao longe. Tudo parece muito real, afinal estou vendo minha casa exatamente como ela é. Acordo. Abro meus olhos e estou olhando exatamente para o mesmo lugar do meu sonho. O gato sumiu, mas o cenário é o mesmo. Eu não consigo me mexer. O gato não está mais ali, mas meu medo e meu pavor ainda estão. Meu corpo continua dormindo, minha consciência está desperta, mas não consigo me mover. Tento virar minha cabeça para ter outra visão que não seja a porta, mas não consigo. Só consigo abrir e fechar meus olhos. Quero chamar alguém, mas o som não sai. O tempo passa nessa tensão. 

Essa é a minha primeira lembrança de uma paralisia do sono, que aconteceu em meados dos anos 90. Desde então tive incontáveis episódios como esses. Cada vez que acontece é um terror diferente, mas sempre sonhando com algo acontecendo no local exatamente igual onde estou ao acordar. Mesmo panorama, mesmo ângulo, mesma iluminação. Não consigo precisar quanto tempo dura. Mas para quem está passando por isso, é tempo demais.

O que é a paralisia do sono

Paralisia do sono é um tipo de distúrbio do sono em que a pessoa, apesar de estar com a mente ativa e consciente, não consegue movimentar seu corpo, falar ou se movimentar. Esses episódios acontecem quando a mente está despertando ou pegando no sono. No meu caso é sempre quando estou pegando no sono. Além da dificuldade de movimentar o corpo, a paralisia do sono pode envolver episódios de alucinação, onde se vê coisas que não estão ali ou se sente que está sendo observado. 

Ainda podem ser ouvidos barulhos estranhos ou ocorrer experiências sensoriais diversas, como a sensação de estar flutuando e de estar vendo fora do próprio corpo. 

Como eu consegui controlar

Enfrentei a paralisia do sono tempos atras. Hoje eu consigo identificar o dia que eu vou ter, porque a minha consciência me alerta. É como se eu estivesse entrando numa outra dimensão. Quando estou pegando no sono, escuto um som diferente, que realmente não consigo reproduzir em palavras, mas eu sei que é o gatilho para entrar num pesadelo terrível. Eu fico com muito medo porque sei o que vem a seguir. Daí eu fico tentando acordar, para não ter que viver esse pesadelo que eu sei ser os mais terríveis, esses que acontecem na vigília, ou seja, no início do sono. Eu entro no pesadelo e minha fuga dele faz minha consciência acordar, mas meu corpo não. Mas nesse dia, não tive medo. Fiquei tranquila e pensei, só mais um pesadelo, não vou lutar contra ele. É melhor um pesadelo que uma paralisia. E não aconteceu nada. Tive um pesadelo normal, o que é comum para mim, e não tive paralisia. Uma vitória. Não sinto mais medo de ter paralisia, e, acredito que por isso, nunca mais tive. O último episódio foi há mais de um ano. 

Além da paralisia, tenho pesadelos homéricos quase diariamente. Esses não consigo controlar, me acostumei com eles e já faz algum tempo que tenho feito um diário dos meus pesadelos. Meus sonhos são, em sua maioria, que estou perdida. Seja em um hotel, seja em um shopping, em uma cidade grande dentro ou fora do meu país, numa língua que eu não falo ou dentro de uma mansão gigantesca. Também tenho um sonho recorrente com água, que estou prestes a me afogar no mar, no rio ou em uma enchente.

Eu faço terapia a muitos anos, mas nunca consegui controlar minha mente a ponto de controlar meus sonhos. Faz pouco tempo que comecei um tratamento psiquiátrico onde meu médico me disse que a medicação poderia resolver até meus pesadelos, mas isso também não aconteceu, estou em tratamento há mais de seis meses e meus pesadelos ainda continuam acontecendo diariamente.  

O lado bom disso tudo é que todos os dias acordo com a sensação de estar em mundos completamente diferentes, ter falado com pessoas que nunca vi na vida e de ter construído cenários e histórias fantásticas todos os dias. 

Motivos elencados para ter esses episódios

Sou aficionada por histórias, contos e filmes de terror. Eu sinto um arrepio passando por cada sentimento do meu corpo. Me sinto viva e me sinto excitada. Em contos e histórias meu cérebro vibra de tanta imagem passando na minha cabeça tentando reconstruir cada cena que estou ouvindo. Imagino tudo acontecendo, ao mesmo tempo que imagino, tento reconstruir as sensações de calor, luz e aromas que envolvem cada um daqueles acontecimentos. Um filme vai sendo produzido pela minha imaginação ao ouvir a narração de histórias assustadoras.

Mas o preço é alto. Paralisia do sono é apenas um dos episódios que atribuo a essa minha paixão por histórias de terror. Quando me vejo em casa sem mais ninguém ou planejo passar um final de semana sozinha em algum lugar, é como se os personagens de todas as histórias e de todos os filmes fossem passar esse tempo comigo. Meu cérebro começa a procurar em cantos e frestas rostos já conhecidos por mim, de todos os personagens que criei e daqueles que foram criados por alguém, como a menina do exorcista, a Emile Rose e outros personagens do cinema. 

Já parei de ver filmes e séries de terror há muitos anos, mas ainda não resisto a histórias de minha madrinha, por exemplo, dos três fantasmas que vivem no interior de Taquara Verde e guardam o tumulo de um inglês, que viveu naquela região, e que deixou várias panelas de ouro enterradas. A menina com cachorrinho que foi fotografada nessas terras e que detém o local exato das panelas de ouro, mas que ninguém até hoje conseguiu se comunicar com ela, por medo, já que ela está morta. Isso não é irresistível para você? Pois para mim é. Hoje me permito apenas escutar histórias “verídicas” de contos de pessoas comuns, que passaram por isso ou que sabem de alguém que passou.

Hoje percebo que eu consigo controlar a paralisia, mas ainda não consegui controlar minha mente tanto acordada ou em meus pesadelos. Pareço muito corajosa e destemida falando sobre isso abertamente, mas não sou. O título que escolhi para começar a escrever esse texto foi: “uma versão de mim que não curto”.  

O princípio do meu pensamento, que me gera os medos é: “Se eu sei que eles existem, eles também sabem que eu existo”. A partir do momento que eu tomo consciência das histórias e lendas urbanas de fantasmas, eles também tomam consciência de que eu existo e que posso ser uma fonte de comunicação deles do mundo espiritual com o mundo real. Mas eu tenho muito medo disso. 

Preciso entender de onde vem esse medo e essa obsessão por isso. Quem sabe assim eu possa controlar um pouco minha mente para ter uma vida onde eu possa alugar uma cabana no meio da floresta (meu lugar preferido no mundo) e possa ir sozinha, sem ter que levar ninguém para me proteger dos fantasmas que viriam me assombrar.

Padrão
História

O dia que quase fomos atropelados por uma baleia

A história começa em 15 de julho de 2021 em Tijucas, quando nosso barco finalmente iria navegar pela primeira vez. Depois de 4 anos de trabalho árduo, um casamento quase falido e gastando mais que o triplo do orçamento planejado, nosso tão sonhado Catamarã Destino estava pronto para rumar pra Canto Grande, em Bombinhas.

Eram 5 horas da manhã quando ligamos os motores do barco e começamos a passar o Rio dos Bobos que nos levaria a estreia do barco no mar. Adentramos ao oceano Atlântico por volta das 5h30 da manhã com alguns contratempos, um pouco de tensão e muito de emoção. O sol começava a nascer assim que avistamos o horizonte naquele mar calmo e sereno. Começava ali a travessia até o primeiro ancoradouro do Destino Catamarã.

Golfinhos

Chegando em Canto Grande, uma movimentação na água chamou nossa atenção, foi quando o grande presente de aniversário da minha filha iria chegar. Mais de 150 golfinhos nadavam e exibiam sua beleza e esplendor por todos os lados e por baixo do barco, batendo suas nadadeiras na água como que saudando o barco e a Carol pelo seu aniversário. Como tinham sido avistadas muitas baleias na região, brincamos com a Carol que tínhamos contratado baleias para o dia do seu aniversário, mas que Deus tinha enviado no lugar delas, todos esses golfinhos felizes. Foi uma experiência memorável que ficará guardada no coração e na memória por quanto tempo a gente existir.

Até aquele momento estávamos a bordo eu, Ricardo, capitão e meu marido, Carol, nossa pequena filha, que nesse dia completava 6 anos. Mais o Ezequiel e Elizeu, que trabalharam na construção do barco, e que logo ao chegarmos com segurança ao local planejado, se despediram de nós e nos deixaram a desfrutar aquele momento em família.

Passamos três dias em Canto Grande encantados com todas as possiblidades que o barco nos dava e vivendo aquele sonho que planejamos por tantos anos. Tivemos dois dias lindos de sol, recebemos amigos, cantamos parabéns pra Carol na praia com um bolo e dormimos a bordo pela primeira vez na água salgada.

Vento

No 17 de julho começou a bater vento forte, ficamos apreensivos porque era nossa primeira experiência com vento num barco que acabara de sair do galpão a seco e agora fazia o que foi feito para fazer, boiar, resistir a ventos e ondas fortes. Estávamos com um casal de amigos a bordo, Junior e Andressa, que tinham ido passar a noite com a gente.

Dia 18 pela manhã o vento terral batia intensamente e resolvemos procurar abrigo no outro lado da baía. Ao chegar, descobrimos que lá não teria como ficar também, as ondas batiam no fundo do barco e o desconforto do vento foi deixando todos nervosos, menos o capitão, que seguia firme no propósito dele, proteger os tripulantes e o barco.

Com coletes salva vidas em todos a bordo, decidimos passar a ponta de Canto Grande e procurar abrigo na praia da Conceição, que ficava do outro lado da península. O caminho era curto, mas as ondas e o mar agitado, davam um tom de tensão no ar.

Pelo meio do caminho começamos a avistar as baleias, que faziam um show à parte bem à frente, mas com uma distância considerável e segura. Era a primeira vez que víamos baleias estando em uma embarcação no mar. Ficamos encantados, debruçados nas janelas, aguardando o momento que veríamos as baleiras mais de perto. Foi quando, de repente, surge uma baleira Jubarte bem na nossa frente, ela sai da água na proa do barco, nós pudemos ver seus olhos a nos observar e amedrontar. O capitão tirou motor na hora e só aguardou o impacto do barco com aquele animal enorme.

O barco tem aproximadamente 7 toneladas e 12 metros de comprimento. Uma baleia Jubarte tem, em média, 20 metros de comprimento e pesa cerca de 20 toneladas, imagino o estrago que esse encontro daria. Nos preparamos para o impacto e nesses segundos um filme passa na cabeça. O barco vai rachar? vai afundar? a gente vai cair na água? Nosso sonho de 4 anos de luta acaba aqui?

Todos apavorados. Carol e Andressa não tinham mais cor. Ricardo estava arregalado, mas sorrindo, num misto de emoção e tensão. Eu sentia meu coração bater fora do meu corpo. Uma combinação de pavor, medo e ansiedade tomou conta de todos.

A baleia, enorme, calma e ligeira, com metade de seu corpo monstruoso pra fora da água, nos olhou fixamente e sumiu mar abaixo, evitando o impacto que já achávamos que seria inevitável. Que alívio. Nos olhamos incrédulos e se perguntando se aquilo realmente tinha acontecido. Continuamos a percorrer o caminho até a Conceição em silêncio. A baleia nos seguiu ao longe, nadando rápido entre as ondas, mas numa distância que não nos causaria danos, mas se fazendo presença constante até adentramos a baia da praia da Conceição.  

Guardando na memória, cada um de sua forma, o que jamais será esquecido por quem estava a bordo do Destino Catamarã naquele dia 18 de julho de 2021.

Cada um de nós processava o acontecimento de forma diferente. E a seu modo, fazia a prece pelo livramento recebido. Nada tinha acontecido. Deus havia nos salvado? O capitão tinha sido esperto? Ou foi apenas um golpe de sorte de todos nós, inclusive da baleia, que sairia machucada caso o barco se chocasse com ela.  

Chegamos à praia da Conceição, e por não encontrarmos abrigo do vento, resolvemos seguir viagem. Nos despedimos do Junior, Andressa e Carol, que fariam o caminho até Itapema de carro. Eu e o Ricardo resolvemos levar o barco até Porto Belo, onde ficaria ancorado em segurança e de onde seguiríamos para casa.

O dia acabou sem mais delongas, mas com aquelas imagens percorrendo nossa memória. O dia que uma baleia queria nos ver de perto, a gente queria ver ela de perto e o momento desse encontro. Uma enxurrada de emoções que ficarão guardadas na nossa história para sempre.

Padrão
Crônica, Filosofando

Porque eu escrevo…

Eu escrevo para transformar em palavras meus pensamentos. Mas tem sido difícil fazer isso. Encontrar no dicionário o que possa descrever tudo que passa na minha cabeça. Também procuro palavras para aliviar meu coração, e isso também é igualmente difícil de achar.

Procuro as palavras que me tirem da solidão de um dia sem amigos. Um dia que me culpo por me excluir da vida social e ficar apenas me guardando para mim mesma, com medo de me perder, seja em palavras, seja em ações.

Escrevo porque quero contar o que eu sinto quando estou em meio a natureza, cores e vida pulsante. Descrever como me sinto ao estar no meu lugar favorito no mundo, sentada num gramado verde, observando as árvores se balançarem ao sabor do vento, os pássaros voarem soltos e as borboletas desfilarem alegres bem na minha frente. Escrevo para tentar transmitir em palavras o som da água corrente batendo nas pedras e levando pequenos fragmentos de vida água abaixo.

Escrevo para tentar compreender meus sonhos. Numa tentativa voraz de colocar em palavras o que parece a coisa mais sem coerência do mundo. Onde o tempo passa diferente e não existe linha do cronológica. As coisas mudam de lugar sem eu perceber e as pessoas se transformam em animais bem na minha frente. Onde eu falo com cachorros ao mesmo tempo que estou numa montanha russa quebrada e que não sei quando vai chegar o momento que os trilhos não vão mais existir e o que vai acontecer comigo a partir disso. Eu escrevo para tentar entender por que minha mente faz isso comigo.

Eu escrevo para dizer às pessoas o quanto eu as amo e como elas são importantes para mim. Eu escrevo até mesmo para quem não pode ler ainda, quem não pode ler mais ou pra quem nunca vou enviar o texto. Mas escrevo mesmo assim, porque quero entender cada sensação minha ao pensar, lembrar ou sentir as pessoas.  

Eu escrevo porque eu preciso achar as palavras certas, embora saiba de antemão que elas não existam. Nossa mente é complexa demais em cada instância dela para ser decodificada num alfabeto feito por qualquer homem que já existiu. Mesmo assim vou continuar escrevendo, porque é o único jeito que encontro de visualizar minha mente,  meus pensamentos e sensações e desacelerar um pouco as batidas do meu coração.

Padrão
Crônica, Filosofando

Stranger Things: mundo paralelo ou depressão?

(contém spoilers)

A série Stranger Things, sucesso absoluto da Netflix, faz levantar várias teorias sobre a trama. Para quem não assistiu, trata-se de um Laboratório secreto do governo que utilizava crianças para fazer experimentos de telepatia e telecinese. Essas crianças especiais são estudadas, de maneira antiética, pelo governo dos Estados Unidos. Mas, tudo dá errado, e a personagem principal, Eleven, abre o portal para mundo invertido/paralelo, que é um lugar igual ao mundo real só que macabro, escuro, céu sempre nublado e com raios vermelhos. E o local abriga criaturas monstruosas.

E é a partir daqui que minha teoria começa. Para mim essa série trata sobre a depressão. Ela é ambientada nos anos 80, quando a doença ainda não era bem difundida e poucas pessoas se tratavam. O mundo invertido é como as pessoas em estados depressivos veem o mundo. Ele está ali, as coisas estão acontecendo, mas o depressivo só consegue ver desgraça, passado, ansiedade e medo.

Por exemplo, na primeira temporada, Will, que era uma criança tímida, introspectiva e com sérios problemas de relacionamento, se perde no universo paralelo, a versão sombria de sua realidade. O lado obscuro de sua própria casa, mas sem família e sem amigos. Em outro momento, Nancy abre sua agenda no mundo invertido e vê que a última publicação é datada de alguns anos antes, sou seja, está no passado, onde os depressivos se enxergam.

Eleven (número 11) é a protagonista e a personagem boa da história, e foi ela que abriu o portal para o mundo invertido, lado ruim.  O mundo invertido abriga muitos monstros que eram combatidos por Eleven e seus amigos. Na quarta temporada, sabe-se que tudo do mundo invertido é orquestrado pelo antagonista Vecna, número 1, que era colega da Eleven no laboratório.

Número 1 e número 11 são parte da mesma essência, como yin e yang, bem e mal, dois polos, um positivo e outro negativo de energia igual, sendo o princípio da dualidade, onde um não vive sem o outro.

Nosso lado bom tenta, com todas as forças, nos tirar da depressão com pensamentos positivos, amor, oração ou qualquer outro tipo de subterfugio que temos para tentar sair desse estado letárgico e irritadiço. Nosso lado mal, nossa da ansiedade, estresse, pessimismo, não se cansa de tentar nos deixar ali, trazendo pensamentos ruins e lembranças amargas.

Vecna é o personagem mau, que recebia o número 1 no laboratório. Aos poucos, ele  entra na mente das pessoas e se aproveita da fragilidade das suas emoções e as faz reviver situações do seu passado, o que causa pensamento acelerado e ansiedade. Vecna se alimenta da culpa e do desespero de suas vitimas para ganhar força. Não deixa a pessoa em paz, elas não conseguem fugir de pensamentos tristes que a atormentam. Nosso lado mau, que não nos deixa em paz, que distorce pensamentos, lembranças e a realidade.

Exemplo da Max que tem problema com o irmão e que, em depressão, acha que desejou sua morte. Quando ela entra no mundo invertido, ela acredita ter desejado o fim precoce dele. E quando ela está tentando fugir do Vecna, correr dele, ela abre portas que dão em paredes, abre porta que dão em outras portas que estão chaveadas ou abre uma porta onde ela vê seu irmão louco de raiva, por ela ter desejado a sua morte, exatamente a imagem que ela fantasiava em sua mente.

As pessoas acometidas pela depressão tentam sair dela sozinhas, sem ajuda especializada, e elas dão de cara com várias portas fechadas. Afinal, a depressão é uma doença e muitas vezes é tratada apenas como um estado de espírito “que com muita força de vontade ela consegue sair”. Nosso bem e mal brigando por espaço dentro de nossa mente. Mas não funciona assim.

Nos anos 80 essa doença era negligenciada a ponto de ser tratada como apenas um surto curável com eletrochoques e outros métodos desumanos. Nesse mesmo ano, por exemplo, pessoas em estado psíquico alterado eram exorcizadas por padres católicos em vários países do mundo, porque acreditava-se que o demônio tomava conta do seu corpo. Na série isso é representado por Vecna, que entra na mente das suas vítimas.

Então nós temos a Eleven (11) tentando nos salvar o mundo das trevas do universo paralelo e temos o Vecna (1), que faz uma força descomunal para nos manter naquele lugar cheio de distorção das próprias lembranças. Ou seja, nosso equilíbrio, nosso bem e mal, nosso yin yang. Eles fazem parte da mesma força, mas só que oposta e que se chocam e lutam para tentar vencer a batalha.

E não tem fim, nunca acaba. Stranger Things já está em sua quarta temporada e ninguém conseguiu exterminar o monstro. Várias batalhas já foram travadas, mas ele sempre ressurge. Isso é nossa força descomunal para vencer nossa depressão versus as forças das trevas, nosso lado sombrio, nos puxando de volta para o mundo invertido, que sempre estará ali, mas que ninguém quer voltar!

Finalizo a minha teoria afirmando que, para mim, Eleven e Vecna são a mesma pessoa, numa luta mordaz para vencer a psique doente. Eleven recebe ajuda de seus amigos bons para isso e Vecna de seus monstros. E essa luta parece não ter fim. A única coisa que eu sinto é cada vez mais vontade de saber como essa história vai se desenrolar. Que venham as próximas temporadas.

Padrão
Cotidiano, Crônica

Pessoas que melhoram e que pioram nosso dia, qual você quer ser?

Tem gente na vida da gente que faz a gente mais gente! hehehe. Desculpa essa primeira frase, mas, às vezes, o trocadilho é mais forte que eu! E bem assim, sem ponto e sem vírgula!

Mas, voltando ao tema, também encontramos muitas pessoas que nos desanimam. Que fazem a gente duvidar da gente!

Semana passada passei por essas duas situações de forma muito brutal, tanto a que me jogou no chão, quando a que me fez ver estrelas em plena luz do dia! (e não teve nada de sexual, ok!)

Com isso veio a reflexão sobre os pequenos gestos de gentileza que são capazes de nos tirar de verdadeiros buracos e nos colocam nos prumos de novo!

Uma vez eu li em algum lugar que toda vez que você pensar numa coisa boa sobre alguém, diga a ela, que talvez seja essa a diferença na vida daquela pessoa naquele dia. No mesmo texto não dizia que não poderíamos fazer críticas, mas isso eu aprendi (eu acho que aprendi) com a convivência diária com uma pessoa que só observa o lado ruim de tudo! E por passar por esse sofrimento muito tempo, eu aprendi a não fazer isso!

“Que cabelo lindo!”, “Nossa, que linda sua blusa!”, “Amei sua publicação no Instagram!”, “Você me surpreende cada dia nessa sua função de mãe!”, “Como você é gentil! Você é tão atenciosa e eu te agradeço muito por me ouvir!”, “Parabéns pelo carro novo, você merece!”, “Como seus olhos estão brilhantes hoje!” E assim por diante… São infinitas as formas de ver o lado bom de uma pessoa!

Me digam, quem não gosta de ouvir essas simples observações? Que diferença faz isso no nosso dia a dia? Para uma pessoa que foi observada e elogiada, é muito mais fácil para ela fazer isso com a próxima pessoa que encontrar. Vira uma corrente de gentileza e um olhar pro outro, um ver o outro, que faz toda diferença! Nossa rotina já está tão cheia de compromissos, deveres, cobranças, que pequenos gestos como esses, mudam a forma que estamos vendo nosso dia!

Eu sei que você pensa em coisas boas para dizer as pessoas que você encontra, mas da próxima vez, diga! As primeiras vezes que você fizer isso vai sair estranho, “um elogio fora de época, não é aniversário, não é data comemorativa e eu to aqui tecendo elogios, que doida!” Na segunda fica mais fácil e na terceira vez já saiu natural!

Eu postei uma frase no meu Instagram que tem tudo a ver com isso: Todo mundo tem algo bonito pra falar pra você, só estão esperando você morrer pra postar! (Autor Desconhecido).

Por isso eu sugiro que a gente comece já! Você vai notas que seu dia vai ficar melhor também! Quem topa?

Deixe nos comentários se você já faz isso e como você se sente!

Padrão
Crônica, Filosofando, Pessoal

Falsa intimidade das redes sociais

Sinto que no mundo atual, altamente tecnológico, onde baseamos nossas relações íntimas com as pessoas pelos contatos que temos via redes sociais, está nos afastado cada vez mais da verdadeira intimidade. Daquela real, daquela que fala o que realmente sente e que se faz ouvir.

Quantos amigos íntimos temos no Instagram e Facebook? Eu, por exemplo, encontrei uma amiga final de semana e parecia que a tinha visto ontem. Nos falamos quase toda semana, eu acompanho sua vida pelos stories, interajo com eles e conversamos quase que semanalmente. Conversando, descobrimos que não nos víamos há mais de um ano! A rede social nos aproxima da vida cotidiana das pessoas, nos diz o que elas estão fazendo, o que estão comendo, o que estão estudando, onde estão frequentando, e com quem, e o que bebem nesse momento. Mostram seus filhos crescendo e seus lutos pelas pessoas que perderam.

Mas o que elas sentem? Isso não fica claro pra ninguém. O que elas sentem de verdade. A foto que ela postou com o marido mostra a felicidade estampada nos seus olhos, as fotos dos filhos, que a maternidade ela está tirando de letra e nossa, quantos amigos novos ela fez. E baseados em postagens, memes, vídeos e stories vamos construindo a vida dos nossos amigos através dos nossos celulares, nos sentimos íntimos deles e sem fazermos ideia do que eles estão vivendo na realidade!

Com isso, nossa capacidade de ser íntimo pessoalmente esta se perdendo! “Pessoalmente não to tão feliz com meu marido, como você viu semana passada nos meus posts”, “Pessoalmente eu to esgotada, trabalhando muito e sem vontade de fazer quase nada”. Mas não se diz mais isso, mesmo que pessoalmente. Uma pessoa atenta nota, percebe que as coisas não vão tão bem como naquela foto de pôr do sol do dia anterior. Algumas pessoas, mais sinceras, dizem as frases acima, mas, a grande maioria está vivendo o faz de conta criado por ela mesmas nas redes, e “não deixe de curtir minhas postagens, tá?!”.

Tem muitas verdades ou ideias que não podem ser ditas num comentário de uma foto, porque ele soa, por vezes, agressiva ou sem empatia, mas que dito no olho a olho, faz-se entender sem magoar ou ofender. E como esse contato está cada vez mais raro, estamos também engessando nossa capacidade de sermos sinceros mesmo pessoalmente.

Não costumo postar minha rotina, meus jantares, minhas festas e minhas intimidades nas redes sociais, faço isso esporadicamente. Será que eu deixei de existir para muitos amigos? Quem não é visto, não é lembrado! Será? Se eu não existo na mídia, eu não existo no mundo?

Tenho o costume de me cansar e sair de grupos de WhatsApp, mas deixo claro que estarei no privado quando quiserem conversar, mas, sinto que deixei de existir, porque tem uma mágoa pessoal da saída do grupo que é maior do que se não comparecer num jantar, por exemplo, sem nem mesmo dar uma explicação. Esses atos são perdoados, mas o Ana Saiu, não! Será que a presença, muitas vezes falsas atrás de teclados e emojis, virou nossa referência de relacionamento?

Estou fazendo a campanha pela intimidade em forma de encontro, porque somente a honestidade dos relacionamentos presenciais geram a intimidade que nós precisamos enquanto seres humanos. Vamos beber junto, rir, chorar, se abraçar, brigar e fazer as pazes. O mundo perfeito das redes sociais não nos sustenta, não nos nutre, não nos fortalece. Ele nos frustra e acaba nos afastando cada vez mais do verdadeiro sentido da vida, o encontro e o aprendizado que temos com ele!

E a pergunta que fica no final desta reflexão é: Quanta vulnerabilidade somos capazes de suporta pra conseguir manter as relações interpessoais ao vivo e a cores? Deixe sua resposta nos comentários!

Padrão