Crônica, Filosofando

Calma

Quando tudo parece calmo e os novos caminhos já estão se tornando familiares, a vida perde um pouco o sentido. Quando o que você faz já virou tão mecânico que nem mais aquela dorzinha de barriga de ansiedade dá, as coisas perdem a graça. Quando não se sente mais medo de se perder, ai você se perde.

Na realidade nunca tive muitos momentos de sossego, calmaria.  Talvez nunca o tenha permitido entrar e sentar comigo na sala. Todas as vezes que ele tentou se aproximar, se não o expulsei grosseiramente eu o exorcizei. Marasmo e eu, eu e ele. Não temos uma história juntos.

Ainda não consigo compreender o por que disso. As vezes ele é importante, como para aquela bela noite de sono, aquele cigarrinho saboroso de madrugada, aquela volta pra casa de final de tarde, tendo como companhia o pôr do sol.  Momentos que devem ser sem ansiedade, sem medo, sem pressa, sem rumo.

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