Crônica, Filosofando

Ócio criativo ou ócio destrutivo?

Qual ócio você prática? Hahahaha. Eu confesso que sou uma praticante assídua das duas formas de ócio, criativo e destrutivo. Eu queria? Não, queria só viver o ócio criativo, mas é incontrolável pra mim a forma destrutiva de viver.

Tem semanas que prático o ócio criativo, invento moda, invento histórias, crio, faço Instagrans, faço planos, vendo, compro, anúncio, escrevo, ganho dinheiro e gasto tudo.

Daí passa um tempo e eu começo a praticar o ócio destrutivo. Desfaço os Instagrans que criei, apago os posts, me calo, me encho de desconfianças e me guardo pra mim. Cozinho mágoas, sirvo ressentimentos e fico cheia de rancor.

Desconfio das minhas relações interpessoais, não acredito na humanidade e não quero viver fora da minha bolha imaginária de proteção. A energia negativa me alcança e a positiva não consegue combater o mal.

Quando Domenico de Massi inventou o conceito do Ócio Criativo, ele falava de um tempo sem trabalho e sem estudos para dar equilíbrio e assim intensificar a criatividade. Ele não falou sobre se esse momento for tão grande que te dê o desequilíbrio e te faça destrutivo.

Por tanto, meu conselho leigo é: tenha ócio até quando ele seja criativo, quando ele passar a ser destrutivo, arrume alguma coisa útil pra fazer! Qualquer coisa, porque como dizia minha avó, bem antes do De Massi, mente vazia é oficina do diabo! Hahahahaha

Nem tão pouco tempo que você não consiga criar e nem tanto tempo que você destrua aquilo que fez e construiu! Ok. Ficamos assim! Beijos

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Abrace a sua morte!

Você tem medo de morrer? Por que você tem medo de morrer? O que te faz querer estar vivo? O que você não quer perder? O que não quer abandonar? O que você precisa viver ainda? Ou é medo da morte? Ou é medo de não viver mais? Mas o que você quer viver?

O medo de morrer assombrou a população mundial com a pandemia. O medo de perder as nossas pessoas também nos assombrou. E isso nos fez refletir sobre nossa existência, sobre a vida e sobre a morte.

Eu existo pra que? Eu, Ana Lúcia, existo pra amar as minhas pessoas, para conhecer gente nova, pra realizar meus sonhos e pra aprender. E quanto tempo eu passo procrastinando meus estudos, brigando com quem deveria estar dando amor, sem paciência pra conhecer gente nova e achando desculpas pra não realizar meus sonhos?

Se a morte chegasse agora, o que está faltando eu fazer? O que eu já fiz? Por que eu devo partir e por que eu devo ficar mais tempo aqui?

Eu posso partir porque me melhorei muito como pessoa, transmiti coisas lindas para as pessoas ao meu redor, porque fiz dois filhos maravilhosos pro mundo. Mas, eu devo ficar porque tenho muito mais o que aprender, lugares pra conhecer, um livro pra escrever e algumas histórias por contar.

Aí eu pego a morte e coloco numa caixinha, como se eu pudesse manipulá-la, como se eu fosse capaz de escolher o momento de tirá-la de lá e fazê-la existir. Momento que eu pararia de ser, como se fosse uma escolha minha. Quando, na verdade, deveríamos colocar a morte na estante da sala, onde a veríamos o tempo todo. Cada vez que chegássemos em casa, cada vez que fossemos atender a porta, cada vez que levantássemos pra pegar um copo de água. A morte deveria estar escrita na nossa testa. Deveria estar grudada no nosso relógio, para cada vez que fossemos ver as horas olhássemos pra ela.

Só a morte nos dá a noção mais clara da vida. Mas a gente prefere escondê-la e passar a vida ensaiando viver, planejando viver, quando deveríamos viver de verdade cada segundo nosso, que contássemos cada segundo de vida. No relógio com a morte, a vida tem outro sabor. Estampe a sua morte na sua vida, pegue a sua vida e viva todo dia.

Aceite o que a pandemia te deu de presente, acredite que você é super morrivel, abrace e beije essa noção de finitude e aproveite mais seus segundos de vida. Porque a vida é esse exato momento.

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A infelicidade é a força motriz?

Um dia você acorda bem, acorda plena, feliz por nada. Tudo parece bem e parece acertado. Não precisa de grandes eventos, não precisa de grandes presenças, não precisa de quase nada pra ter uma sensação boa.

O sorriso sai frouxo, os abraços são sempre quentinhos, o tempo está sempre bom, os convites parecem perfeitos, as pessoas parecem leves e a energia do mundo te chega como uma brisa suave e gostosa.

Mas esses dias passam.

E de repente você se vê acordando cansado, o corpo dolorido, os compromissos são só compromissos que você tem que cumprir. Os abraços parecem apertados ou frouxos demais, você não vê sorrisos, não vê o sol e não sente o calor da vida.

E tudo parece pesado, triste, chato e impossível de viver.

Mas esses dias também passam…

O que é o mundo, a vida se não o que pensamos dela? O que sentimos dela? A vida existe mesmo ou só existe um indivíduo que a aprecia conforme seu estado de espírito? A vida é um estado de espírito? As relações são somente isso, como eu me sinto em relação a ela?

Será que existiria uma vida boa se não tivéssemos esses momentos que pensamos que tudo é ruim? O segredo da vida será esse alto e baixo do nosso estado de espírito? Um dia somente pensamos e achamos tudo ruim e no outro não pensamos, somente agimos, e está tudo ótimo?

Quando está tudo tão penoso é nosso momento de pausa pra vivermos logo a frente um momento feliz? E se esse primeiro momento não existisse, não existiria o segundo?

Se fossemos felizes o tempo todo construiríamos alguma coisa na nossa vida ou apenas ficaríamos inertes sentindo a felicidade?

A infelicidade é a máquina propulsora do mundo? Talvez…

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Relançamento do blog “Olhares”

“O olhar do outro modela meu corpo em sua nudez, causa seu nascer, o esculpe, o produz como é, o vê como jamais o verei. O outro detém um segredo: o segredo do que sou…” Sartre em o Ser e o Nada.

E é na ânsia de dizer o que vejo em você, no que vejo em mim e no que vejo e sinto do mundo, que anuncio o relançamento do blog: “Olhares – Do ângulo que eu quero ver! Ou que não quero, mas vejo!”

Mais uma vez estou me permitindo aquela pequena pausa cotidiana pra olhar pra dentro, pra descrever o que sinto, meus anseios, meus medos, minhas histórias, vitórias e derrotas. Ou seja, a vida como ela é, como eu a percebo, como me sinto e como ajo ou, não ajo, perante ela!

Para ser olhada e pra olhar, pra me permitir ser vista, pra te permitir identificação e quem sabe um olhar também para dentro de você.

Pois bem, o blog volta com um amontoado de publicações minhas desde 2008 até 2021, em três diferentes blogs que mantive por esse tempo. Muitos textos ficaram pra trás, outros publiquei aqui com a data retroativa. Muitos pensamentos continuam os mesmos, outros são completamente diferentes de hoje. Mas como a construção de mim mesma se baseia em tudo que um dia já fiz, vivi, senti e sofri, mantive aqui alguns pensamentos que não falam mais sobre mim, mas que já fizeram muito sentido.

Como na frase de Sartre que iniciei esse texto, que seu olhar molde a minha nudez, e que meu olhar para dentro de mim, descrito aqui nas páginas desse blog, seja uma busca nossa pelo autoconhecimento, pela autoaceitação, para descobrirmos cada dia mais quem somos e pra que sejamos cada vez mais a gente mesmo!

Que seja uma aventura para dentro de nós, cheia de fantasmas, fantasias e descobertas!

Um beijo grande!

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Uma carta de amor

Não, não é o caso de melodrama e nem emocionar ninguém, não é só sobre um grande amor e nem pela perda de um. Na verdade, é sobre perda, perda do meu primeiro feito escrito, quando eu tinha 13 anos, bosta nenhuma na cabeça e achei que estava apaixonada.

Isso era idos de 1997, quando escrevi algumas coisas no papel pra mandar pra uma paixonite aguda e resolvi mostrar para minhas amigas. Entre elas, tinha uma muito mais velha, que devia ter uns 18 anos na época. Ela leu a carta e me perguntou: onde você copiou isso? porque não foi você que escreveu. Deixa-me copiar ela pra mandar pro meu namorado.

Não pensem que eu fiquei brava, chateada, magoada? Não, eu fiquei feliz com aquela frase. Ela era considerada por nós superinteligente e estudiosa e tinha duvidado que eu tinha escrito e ainda pediu pra copiar? Eu me achei muito foda! E a carta, cadê? Na memória de alguns doidos por aí ou já foram esquecidas ou quem sabe está no fundo do baú de alguém as palavras que não poderia ser minhas, mas eram!

Essa foi a primeira lembrança minha e que deu início a minha aspiração por ser escritora. Depois tive um caderno de poesia, que sumiu, e depois comecei a escrever um romance, que também não deu em nada. Tive um blog: http://anapizzol.wordpress.com, que hoje não tenho mais acesso, mas está publicado. Mantenho esse blog aqui, mas por pouco tempo, anamaquiada está morta e enterrada, e quem vos fala ainda é a Ana, mas de cara lavada!

(Por isso que eu criei esse lindo e novo blog aqui, onde reuni tudo, mas vou explicar melhor num próximo post)

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O que mais vou virar e desvirar?

Eu poderia ter escrito esse texto há 6 meses e provavelmente o título seria: “Eu comecei a pintar!”. Sim, porque isso aconteceu e foi intenso!

Comprei muitas telas, muitas tintas e muitos materiais que estão todos jogados num canto agora pegando poeira. Meus quadros, os que não dei, eu espalhei pelas paredes da minha casa, sítio e barco. E outros estão jogados em algum lugar por aí.

Eu vivi esses momentos tão intensamente, me entreguei a minha face artista plástica, mergulhei no mundo das belas artes, falei com artistas, fiz cursos, li livros, assisti vídeos. E tão rápida foi o nascimento dessa artista, tão rápido foi sua despedida.

Queria entender esses ímpetos loucos que nos tiram de uma realidade, nos jogam em outra e de repente são simplesmente abandonados por nós.

Existe uma artista que mora em mim, não há dúvida, ainda tentando descobrir onde ela quer se manifestar. Talvez seja só aquela artista antiga de circo, que usa sapatos grandes e nariz vermelho, mas espero pelo menos dar muita risada com isso!

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Aspirante a escritora

Oi, gente, não vou começar esse texto com “estava muito sumida”, ops, já comecei, e nem vou justificar o sumiço, porque provavelmente vou sumir mais alguns anos logo depois de escrever esse post. Não que eu queira ou planeje isso, na verdade, nem planejei o que estou escrevendo agora. Na verdade, essa é a vida né, muitos planos, muito ânsia e muita coisa deixada pelo caminho para dar atenção a outras coisas que surgem.

Eu venho querendo ser escritora há anos, mas escrevo algumas coisas e desisto. Nesse meio tempo de sumida daqui muitas coisas aconteceram, uma delas é eu estar usando óculos e não conseguir escrever direito aqui. Outra é, fizemos um sitio e fizemos um barco. E nos dois casos, sempre pensei que seriam lugares inspiradores pra mim finalmente me tornar escritora.

Foram quatro anos entre planejamento e execução de um Catamarã 40 pés, e, no meio tempo, construímos um delicioso sítio em Tijucas, para cuidar da nossa mente enquanto nosso barco não ficava pronto. E hoje, nosso catamarã Destino encontra-se na água, o sítio Jardim Encantado verde e florescido e a escritora que mora em mim encontra-se desaparecida.

Tenho tantos planos, tantas histórias pra contar, mas por onde começar? Parece tão complexo e tão simples ao mesmo tempo. Pareço tão inteligente e tão burra. Tão capaz e tão incapaz, tão criativa e tão sem ideias. Aquela montanha russa de sentimentos e sensações que fazem avançar e recuar do propósito de vida que escolhi pra mim, escrever!

Me despeço desse post ainda como escritora de posts de aniversário no Instagram pra quem sabe te dar um alô como escritora daqui uns tempos. Espero que seja logo. Beijos!

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A eterna busca pela constância

O que nós queremos da vida? O que esperamos da vida? O que fazemos pra cumprir o que queremos da vida? Quais nossos planos de ação? O que precisamos fazer? O que precisamos não fazer? De alguma forma sempre conseguimos responder a todas as perguntas acima.

Conseguimos nos planejar, conseguimos traçar uma meta viável pra que aquilo que estamos planejando realmente aconteça. Mas dai vem a constância! A tão sonhada e idolatrada constância! Oi, vende constância em frascos? Qual é a dosagem certa da constância? Sabe, farmacêutico do meu cérebro, porque eu queria cumprir esse plano aqui ó, esse, que eu já planejei, que já esta sendo executado. Então por favor quero uma dosagem de no mínimo 6 meses de constância, depois disso eu sigo sozinha.

Ai como seria bom se tivesse constância pra ser vendida em alguma bodega da esquina. Garçom, uma dose de constância aqui, por favor!

“Mas o bom da vida é a construção, se tivesse tudo pronto que graça teria a vida?” Como assim? Eu não quero tudo pronto, eu não quero ganhar nada, eu quero construir, tirar as ideias do papel e eu mesma realizar. Ninguém falou nada de ter tudo que se quer, a graça mesmo é conquistar, eu só tô pedindo constância!

Pode deixar, eu vou atrás da minha felicidade, eu vou atrás do meu amor, eu vou atrás da minha realização profissional e pessoal, só preciso de um frasco de constância, pra eu não trocar de quero toda hora. Eu quero querer o que eu queria semana passada nessa semana também e semana que vem. E por uns tempos. Um tempo suficiente que seja ou o fracasso ou o sucesso, mas que não seja desistência.

Uma dose de constância, vida, porque ideias eu tenho tantas, me falta persistir nelas!

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Eu não sei vender!

Não sei vender e nunca soube. Quando eu estava na “adolescência vazia, eu tinha quase 16, ninguém me compreendia e eu não compreendia ninguém”, eu fazia bijus hippies. Brincos, pulseiras, colares. Em meados de 1999 e 2000 todas as meninas, e até mulheres, que eu conhecia usavam bijuterias artesanais. E EU NUNCA VENDI NADA. Era minha irmã, que vendia na escola que a gente estudava e a sogra dela, Lurdes, que vendia no trabalho dela.

Depois, em 2003, fiz um cursinho de Design Gráfico (Corel, Photoshop, PageMaker), e em virtude da festa de aniversário do meu filho naquele ano, em que fiz o convite e a lembrancinha da festa. Me empolguei e montei um portfólio com mais de 200 tipos de convites e lembrancinhas de festa infantil, de todos os temas da época. NUNCA VENDI NENHUM! E pior, nunca ofereci pra ninguém.

Mas adivinha, agora eu sou uma consultora Mary Kay. Como é chamada a revendedora de produtos da marca. O que posso dizer em minha defesa, depois de duas histórias fracassadas de vendas, é que não estou vendendo os produtos, eu vou sugerir produtos que eu uso há muitos tempo as pessoas que se interessarem pelos makes que faço. Ou seja, mas uma vez não vou vender nada. Mas revendo Mary Kay.

(Esse post era de um outro blog que eu tinha, eu não vendo mais tá)

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Assim, feliz!

Porque já há um bom tempo que eu me sinto feliz por nada. Sem motivo aparente. Sem grandes realizações. Mas com as coisas simples de cada dia. E isso agora é como um exercício diário. Buscar a leveza, o alegre, as palavras doces, as músicas que me acalmam e que aqueçam. E não sei como, mas é como se meu coração tivesse se acalmado. Isso não quer dizer que eu não fico estressada, que eu não fico triste, que as coisas não me aborrecem. Quer dizer que tem sempre uma coisa que vai além. E a consciência que tudo passa. Não existe sofrimento e nem momentos ruins que durem pra sempre. A certeza que sigo meu caminho sem fazer maldade, sem trair confianças, e de sempre elogiar as pessoas quando acho que mereçam, e de ficar imensamente feliz com elogios (eu adoro e acredito em todos!) e com sorrisos amáveis.

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