Crônica, Filosofando

A infelicidade é a força motriz?

Um dia você acorda bem, acorda plena, feliz por nada. Tudo parece bem e parece acertado. Não precisa de grandes eventos, não precisa de grandes presenças, não precisa de quase nada pra ter uma sensação boa.

O sorriso sai frouxo, os abraços são sempre quentinhos, o tempo está sempre bom, os convites parecem perfeitos, as pessoas parecem leves e a energia do mundo te chega como uma brisa suave e gostosa.

Mas esses dias passam.

E de repente você se vê acordando cansado, o corpo dolorido, os compromissos são só compromissos que você tem que cumprir. Os abraços parecem apertados ou frouxos demais, você não vê sorrisos, não vê o sol e não sente o calor da vida.

E tudo parece pesado, triste, chato e impossível de viver.

Mas esses dias também passam…

O que é o mundo, a vida se não o que pensamos dela? O que sentimos dela? A vida existe mesmo ou só existe um indivíduo que a aprecia conforme seu estado de espírito? A vida é um estado de espírito? As relações são somente isso, como eu me sinto em relação a ela?

Será que existiria uma vida boa se não tivéssemos esses momentos que pensamos que tudo é ruim? O segredo da vida será esse alto e baixo do nosso estado de espírito? Um dia somente pensamos e achamos tudo ruim e no outro não pensamos, somente agimos, e está tudo ótimo?

Quando está tudo tão penoso é nosso momento de pausa pra vivermos logo a frente um momento feliz? E se esse primeiro momento não existisse, não existiria o segundo?

Se fossemos felizes o tempo todo construiríamos alguma coisa na nossa vida ou apenas ficaríamos inertes sentindo a felicidade?

A infelicidade é a máquina propulsora do mundo? Talvez…

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